8 de set. de 2008

Mais um pouco de Gerry e sua advogada


E assim foi o primeiro beijo deles. Intenso, voraz, úmido e quente. Um beijo de tirar o fôlego e acordar o desejo adormecido em seus íntimos.
Sylvia sentia-se inebriada por aquele homem. Pensava em coisas que já esquecera há muito ou que nunca imaginara pensar ou ansiar. Precisava tentar controlar-se. Tinha que evitar aqueles olhos, aquele olhar...
Os beijos tornaram a repetir-se e o calor começava a atordoar-lhes os sentidos. A pista de dança já não permitia a demonstração de todos os sentimentos que insistiam em aparecer.
_ Sylvia, vamos sair daqui?
Alertada pela pergunta, tentou recompor-se e bloquear a onda de desejo que estava sentindo por Gerry.
_ Acho melhor irmos sentar numa das mesas e pedir alguma coisa para beber ou beliscar. Que tal?
_ Não considero uma boa idéia. Estou tentado a fazer coisas bem melhores com você, do que beber ou comer “alguma coisa”.
Ela o sentia extremamente excitado. O fato de pensar que um homem como aquele sentia-se tão atraído por ela, também era muito agradável, envaidecedor e... estimulante. Afinal, ela era maior de idade, dona de seu nariz, não tinha que dar satisfações a ninguém. Que mal teria em dar-se de presente uma noite de prazeres com alguém tão interessante? Ela poderia apaixonar-se por ele. Talvez ele por ela...Quem sabe?
Quando ele novamente a beijou ardentemente, suas últimas barreiras foram destruídas e ela se deixou levar pela torrente de emoções.
_ Vamos para o meu apartamento – ordenou ele.
_ Está bem – sussurrou, simplesmente obedecendo.
Em poucos minutos, corriam pelas ruas, na BMW conversível de Gerry. Mal podia esperar chegar em casa para compartilhar o seu corpo com o de Sylvia.
Os beijos e abraços continuaram no caminho entre a garagem e a porta do apartamento de Gerry. Quando a porta da cobertura fechou-se atrás deles, as peças de roupa começaram a ser arrancadas e jogadas sem dó, no chão da sala de estar. Fizeram amor ali mesmo, mas não sem antes Gerry ter o cuidado de colocar um preservativo, surgido sabe-se de onde. Sylvia simpatizou com este cuidado da parte dele. Tomara que ele tivesse um bom estoque em casa. “Realmente eu não estou no meu normal... Pensar uma coisa destas, nesta hora...”, novos pensamentos surpreendiam Sylvia.
Depois da sala, veio a vez do quarto. Entre gemidos e gritos de prazer, Sylvia tinha as melhores sensações de sua vida. Por sua vez, Gerry pensava que nunca havia sentido prazer maior em muitos anos.
Amaram-se até não agüentar mais, quando caíram exaustos sobre a cama , com Sylvia deitada sobre o peito de Gerry, que a aconchegou em seus braços.
Ele custava a acreditar que esta mulher maravilhosa pudesse ser uma garota de programa. Ela chegou a simular uma certa falta de experiência, que inclusive o excitou ainda mais. Seria isto possível? Mas o lugar onde a encontrou era conhecido por todos como um local de encontros com este tipo de mulher. Talvez estivesse tentando negar este fato, para que houvesse uma mínima possibilidade de viver um caso sério com ela. O jeito seria tentar pegar seu telefone para ficar como cliente fixo. Ou não? Ele poderia se apaixonar por ela. Isto parecia muito fácil e provável de acontecer, se continuasse a vê-la. O melhor seria ficar com esta noite apenas na lembrança, como sendo uma das melhores noites de sua vida. Não queria ter mais uma decepção na sua galeria.
A manhã chegou. Gerry não teve coragem de acordá-la, tal a expressão de paz e satisfação estampada no belo rosto de Sylvia. Deixou um bilhete e um cheque com o valor do programa imaginado por ele, já que ela não discutira seu preço antes. Ainda assim considerou aquém do que ela merecia. Mas não podia inflacionar o mercado.
Sylvia, cerca de meia hora depois da saída de Gerry para seus exercícios matinais, abriu os olhos preguiçosamente e procurou por ele. Decepcionou-se quando não o viu deitado ao seu lado. Eles tinham tanto a se falar. Tudo tinha sido tão rápido, mas tão intenso. Talvez estivesse se apaixonando. Nunca se sentira tão à vontade com uma pessoa, nem tanto prazer. Agora, precisavam conhecer-se. Tinha certeza que ele pensava da mesma maneira que ela. Pelo menos imaginava que sim. Levantou-se e foi ao banheiro, olhando e certificando-se de que realmente estava só. Tomou um banho rápido, admirando o bom gosto da decoração da peça e tentando identificar os gostos dele, através dos xampus, cremes e perfumes que se encontravam sobre a bancada de mármore da pia. Pelo jeito ele era muito vaidoso. Não sabia qual a sua profissão ou seu nome completo. Ria de si mesma por ter sido capaz de fazer uma loucura como esta. Talvez estivesse com expectativas grandes demais sobre o que acontecera. Gerry poderia achar que tinha sido apenas uma aventura. E se ele fosse casado? A mulher poderia estar viajando...Não! Melhor parar de pensar bobagens. Melhor se arrumar e esperá-lo aparecer para conversarem. E assim o fez. Vestiu novamente o vestido vermelho. Apenas escovou os cabelos, passou um rímel nos longos cílios e um batom nos lábios. Quando saiu do banheiro, disposta a fazer um reconhecimento do apartamento, viu o bilhete sobre um papel dobrado, em uma das mesas de cabeceira. Correu para abri-lo, esperando encontrar palavras de carinho. Levou um choque. Entre lágrimas de tristeza e extrema vergonha, Sylvia lia as duras palavras escritas:

“Deixe o seu telefone para que possamos repetir uma noitada como esta uma outra vez. Aqui tem um cheque, que espero que cubra seus honorários. Até uma próxima. Gerry.”

“Que diabos está acontecendo aqui? Ele me confundiu com uma prostituta??” Ela custava a acreditar no que seus olhos viam naquelas palavras escritas em tom tão frio. Como ele pudera confundir tudo o que tiveram naquelas últimas horas com o trabalho de uma profissional? Será que ele não tinha conseguido ter a sensibilidade de reconhecer que o prazer que lhe dera era legítimo? Tantas perguntas vinham a sua cabeça, só aumentando ainda mais o seu desespero e sua decepção. Como ela pudera supor que ele poderia ser o homem da sua vida. Quanto mais pensava nisso, mais tinha vontade de chorar.
Precisava sair dali o quanto antes. Não queria encontrar com ele...Nunca mais. Seria capaz de bater naquele homem. O sentimento de humilhação tornava-se insuportável. Pegou sua bolsa e correu a procura da porta de saída. Por sorte, não encontrou com ninguém. Já na rua, fez sinal para o primeiro táxi que surgiu vazio, entrou e foi para casa em prantos. Chegou em casa, um pouco mais calma, mas com uma sensação de vazio. As imagens da noite anterior insistiam em voltar a cada segundo. Os beijos, o gosto de sua boca, os braços fortes envolvendo-a, a invasão de sua intimidade de todas as maneiras possíveis...Ahhh....Como podia ter sido tão idiota de entregar-se daquela maneira a um desconhecido? Mas ele parecia tão maravilhoso, tão perfeito...
De repente, sentia-se suja. Abriu as torneiras de seu chuveiro, tirou suas roupas de noite e entrou no box para um outro banho. Um banho que tirasse qualquer vestígio de que um dia um sujeito chamado Gerry tivesse tocado nela. Sylvia sentia-se como uma louca, a esfregar-se e a chorar. Lágrimas misturadas à água com que tentava limpar sua mágoa e o aviltamento porque passara.
Perto do meio dia, o telefone tocou. Ela não conseguia mexer-se da posição fetal em que se encontrava sobre a cama desde que saíra do banho. O toque irritante persistia. Parava por alguns poucos minutos e voltava a tocar, insistente. Cerca de uma hora mais tarde, outro som passou a tirá-la de seu estado catatônico. Era a campainha da porta de seu apartamento. Logo passou a ouvir as batidas na porta de madeira, que foram crescendo, numa quase tentativa de arrombá-la. Junto, ouviu seu nome, gritado por uma voz conhecida.
_ Sylvia!! Eu sei que você está em casa! Abra a porta! Sou eu, Ed! Por favor! Estou preocupado com você!
“Ed...O que ele está fazendo aqui?”, alterando o curso de seu pensamento para a realidade atual, abandonando a seqüência de cenas da noite anterior, onde ainda procurava explicação para o que acontecera.


Prometo que volto ainda hoje para postar mais um pouco de "A Advogada". Beijos!!

2 comentários:

Unknown disse...

nossaaaaaaaaa Ro, to adorando essa fic, é tão emocionante, confesso que na descrissão da cena cai da cadeira várias vezes imaginando a cena Méu Deus, ter esse homem ser desse homem deve ser uma coisa de outro planeta, alguém tem gelo ai??kkkkk
mais tenho que dizer que fiquei com pena de Sylvia, coitada não merecia ser cofundida dessa forma, mais tenho certeza de que Gerry irá se esclarecer e se desculpar pra ela em grande estilo, é só imaginar aquele olhar e aquela carinha de culpa que não há como resistir né Ro..
ai to morrendo de curiosidade pra saber os próximos capitulos..
Beijinhus Ro...

Lucy disse...

Ai, Ro, nem me fale nesse beijo... um beijo do Gerry é daqueles típicos de nos tirar o fôlego, a roupa e tudo mais... uma loucura!

Ai que invejinha da Sylvia...tô aqui me roendo de vontade de ter minhas roupas lançadas ao chão juntinhas com as do Gerry...

Pudera a Sylvia estar com uma expressão de paz no rosto... vislumbrou, pessoalmente, o paraíso, teve a chance de ser acolhida no braços do Gerry... Mas imagino o coração dessa sortuda, devia estar prestes a sair pela boca de tanta felicidade e prazer...

Ai, coitada! Putz, o mundo dela não só caiu, desmoronou... Gerry que me desculpe, mas se fosse eu não sossegava enquanto não fosse tirar umas satisfações básicas... que ousadia, ainda por cima nem tem a hombridade de se despedir pessoalmente, deixa só um bilhete. Sei, agora tô com raiva do Gerry, merece um lição o safadinho.

Não a culpa por chorar assim, choro de desespero, raiva, humilhação. Choro da dor do desprezo.
Tadinha de mim, ops, quer dizer, dela...
Hummm... já tem mais um pedacinho da fic lá em cima. Vou me deliciar...
Beijinhos