13 de set. de 2008

Capítulo Final

Tentou distrair-se durante o dia, mas estava muito ansiosa pelo encontro que teria a noite com Gerry. Já sabia qual seria sua resposta. A dúvida era como deveria agir depois. Gerry parecia corresponder a todos os seus anseios. Mas ainda tinham pouco tempo juntos para que ela tivesse certeza absoluta disso. Não queria errar novamente. Não queria sofrer. Desta vez queria estar no controle de suas emoções, o que não era fácil tendo um homem como Gerry a sua frente.
A noite chegou e já estava pronta, esperando-o, quando recebeu a ligação dele avisando-a que já estava no saguão. Havia colocado, de propósito, um vestido ligeiramente provocante, que tinha um grande decote nas costas, apesar de parecer discreto quando visto pela frente. Prendeu os cabelos, pois não queria passar uma imagem sexy demais. “Quantos preparativos, para depois querer evitá-lo. Será que não estou sendo ardilosa demais?”, foram seus últimos pensamentos antes de descer para a recepção do hotel, para encontrar-se com Gerry.
Lá estava ele, distraído, olhando o movimento do “lounge” do hotel. Estava impecável, num lindo terno escuro, provavelmente Armani ou Versace, sem gravata, com a camisa branca com os primeiros três botões abertos, que deixavam entrever seus pelos do peito. Os cabelos ligeiramente revoltos e a barba eternamente por fazer lhe davam um charme especial. Tinha uma elegância natural que chamava a atenção de todos.
Suspirou e dirigiu-se até onde ele estava. Quando ele virou-se, ao ouvi-la chamar seu nome, olhou-a com admiração. Sylvia, mais uma vez sentiu-se despida por aqueles olhos cor do mar, mas tentou abafar e disfarçar a onda de desejo que tomou conta de seu corpo. Beijaram-se como amigos e, pegando em seu braço, Gerry falou:
_ Você está linda...como sempre.
_ E você caprichou também.
_ È porque espero que esta noite seja muito especial... – lançou-lhe um olhar sedutor, mas logo em seguida, sorrindo, continuou – Afinal, não é sempre que se pode sair para jantar com uma grande amiga... È o que somos agora, não? Amigos? – e pegando em sua mão, deu-lhe um beijo no dorso, que a fez arrepiar-se – Vamos?
_ Vamos... – respondeu, apoiando-se no braço que ele lhe oferecia.
Ela estranhou quando o carro estacionou na frente de um prédio de apartamentos. Desceram e um manobrista da portaria do edifício recebeu a chave para guardar o carro.
_ Que lugar é este? Tem um restaurante aqui?
_ O melhor, para o meu gosto – respondeu sorridente – É o meu apartamento. Eu o comprei há cinco anos e só há pouco tempo consegui terminar a reforma e mobiliá-lo. Gostaria que você o conhecesse – ele notando o olhar temeroso de Sylvia, continuou – Não se preocupe. Teremos um mordomo, um garçom e uma cozinheira para nos fazer companhia. Não estaremos sozinhos. Mas se você preferir ir a outro lugar, não há problema algum. Pegamos o carro e saímos novamente. Só vou lhe adiantar que a minha cozinheira é a melhor da cidade.
_ Está bem, Gerry. Vou confiar em você. Vou conhecer o seu apartamento.
_ Pode confiar. Não farei nada que você não queira...
Sylvia engoliu em seco e acompanhou-o até os elevadores. Subiram em silêncio. Ele tocou a campainha. Um senhor calvo, uniformizado abriu-lhes a porta, permitindo sua entrada.
_ Boa noite, senhor. Boa noite, senhorita – cumprimentou-os com uma ligeira reverência com a cabeça.
Eles entraram e Gerry convidou-a a sentar-se no amplo sofá da sala.
_ Quer ouvir alguma música em especial?
_ Não, esta que está tocando está ótima – disse, referindo-se ao som do Sigur Rós que podia ser ouvido no ambiente.
_ Você conhece esta banda?
_ Sim. Adoro o tipo de música que eles tocam. Às vezes pode ser muito relaxante.
_ Que bom. São a minha banda predileta – disse com satisfação – Quer tomar alguma coisa?
_ Água seria ótimo.
Imediatamente o garçom, também devidamente uniformizado, foi acionado para atender ao pedido deles. Gerry a acompanhou na água.
Começaram a falar de músicas preferidas e a conversa passou a descontrair um pouco a tensão em que Sylvia se encontrava.
Após algo em torno de trinta minutos, foram convidados a sentar-se na mesa redonda da sala de jantar, lindamente posta, com porcelanas Limoges , cálices de cristal, talheres de prata e um lindo arranjo floral no centro. Tudo estava perfeito. Só faltaram as velas. “Talvez ele tenha evitado este detalhe para não dar um tom romântico ao jantar. Muito perspicaz...”, pensou Sylvia, que estava gostando daquele jogo, afinal. Mais pontos iam sendo somados aos vários que ela estava atribuindo a Gerry.
A comida realmente estava deliciosa e Sylvia fez questão de agradecer pessoalmente a cozinheira ao final do jantar.
Foram oferecidos licores á Sylvia, que aceitou um pequeno cálice de cassis. Ela notou que durante todo este tempo Gerry não tomara nada de álcool. Mesmo o coquetel, que lhe serviram antes de irem para a mesa, era de frutas, não alcoólico.
_ Está fazendo alguma dieta especial que o impede de beber? – perguntou despretensiosamente, enquanto ela saboreava o seu licor, já sentada no sofá.
_ Digamos que seja uma dieta para o resto da vida.
_ Como assim? – estava curiosa.
_ No passado tive alguns problemas com álcool. Foi numa fase muito ruim de minha vida, que felizmente já superei. Não foi fácil, mas não pretendo voltar a ela.
_ Você pode falar mais sobre isso, Gerry? – ela estava sinceramente interessada em saber sobre o passado daquele que mexia tanto com suas emoções – Se você não se importar, é claro.
_ Não, não me importo. Acho que será bom contar para você este meu lado negro. Assim você poderá me conhecer melhor e decidir se quer continuar minha “amiga” ou não – falou demonstrando uma certa tristeza em seu pálido sorriso.
_ Tenho certeza que isto vai servir para que eu o admire ainda mais – falou , animando-o.
A partir daí, a conversa tornou-se bastante íntima e Gerry abriu-se para ela como nunca havia feito para mulher alguma. E sentia-se muito bem com isso.
_ E foi isso tudo que me trouxe até onde estou hoje – afirmou, ao acabar de revelar as agruras por que passara desde a sua adolescência e os detalhes de como vencera estas dificuldades até conseguir descobrir o que realmente queria da vida – Hoje em dia, amo o que faço. Isto me torna uma pessoa realizada. Não satisfeita, pois ainda tenho um caminho a trilhar, muitos planos a serem cumpridos. Mas agora sei aonde quero chegar e isto é essencial.
_ Nem sei o que dizer, Gerry. Estou realmente admirada com tudo isto que você contou. Não imaginava que você tivesse passado por tudo isto. Realmente você é um vencedor.
_ Ainda não. Ainda estou na briga, mas chego lá. Acho que a insatisfação nos leva muito mais longe do que pensar que já está tudo ganho e certo. A cada meta que alcanço, crio outras. Não se pode pensar pequeno, você não acha?
_ Concordo plenamente com você – ela estava muito impressionada com tudo que acabara de ouvir.
_ Bem, agora que você já conhece todos os meus segredos, já consegue decidir se vale à pena investir em mim e aceitar o meu convite, ou não? Ainda não é meia-noite. Quer mais um tempo?
_ Não, Gerry. Acho que já me decidi.
Ela levantou-se de onde estava, colocou seu cálice vazio sobre uma das mesinhas da sala e foi na direção de Gerry, que estava sentado numa poltrona em frente ao sofá. Afagou-lhe os cabelos e disse, quase sussurrando:
_ Eu vou com você. Vou para onde você quiser me levar... – disse, ainda com as mãos em sua cabeça, acarinhando seus cabelos.
Gerry, que fechara os olhos para sentir melhor o prazer daquele carinho, abriu-os, levantou-se e olhando-a com ternura, envolveu-a com os braços em torno de sua cintura. Puxando-a contra si, disse com a voz baixa e mais rouca que o normal:
_ Prometo que não vai se arrepender, Sylvia.
Sentindo que o corpo dela deixava-se relaxar no seu abraço, e que seus lábios entreabriam-se para recebê-lo, Gerry beijou-a suavemente, começando pela testa, seguindo pela face, chegando ao queixo e, finalmente, encontrando os lábios carnudos e cálidos de Sylvia. Um beijo intenso e apaixonado, que há muito era esperado por ambos. Apesar de não mais haver necessidade de palavras, ela ouviu-o murmurando próximo a sua boca:
_ Eu te amo...como nunca amei ninguém.
Sylvia olhou-o, como que hipnotizada por aquelas palavras tão sonhadas, e segurando-o com as duas mãos em sua nuca, aproximou-o mais uma vez de seus lábios.
_ Também te amo, Gerry.
Logo, envolvidos pelo desejo contido a tantos dias, beijaram-se ardorosamente, entre carícias e suspiros.
_ Eu te quero, Gerry...Agora.
Ao ouvir o pedido de Sylvia, sorrindo, ergueu-a do chão, em seu colo e, a caminho do quarto, ainda disse:
_ Como eu esperei para ouvir estas palavras, meu amor...
Fechada a porta da suíte, entregaram-se ao amor, ansiosos por tocarem-se e beijarem-se mais intensamente. Logo, as alças do vestido de Sylvia estava caídas, deixando Gerry deslumbrar-se com os seios desnudos e perfeitos dela. Parecia que nunca haviam se conhecido intimamente antes. Viam-se com novos olhos e novos desejos. Não era mais uma aventura, mas um retorno ao lar. Suas mãos confundiam-se nas descobertas do prazer de tocar, acariciar e pressionar seus corpos. Os beijos molhados, as línguas ávidas pelos sabores do outro e a sensação de volúpia eram incontroláveis. A intimidade de Sylvia ansiava pela presença de Gerry, quando ele finalmente a penetrou, extraindo gemidos e gritos de prazer de ambos. O gozo chegou praticamente ao mesmo tempo para os dois, de forma completa e deliciosa, levando-os em alguns minutos das alturas ao Éden. Deixaram-se cair exaustos, um nos braços do outro, até normalizarem suas respirações.

Dois dias depois, partiam juntos rumo a Europa, iniciando pela Itália, onde tiveram momentos de puro romantismo, apesar de Gerry ter ido a trabalho. Porém, todos os seus momentos livres eram muito bem aproveitados. Em Londres, ela pode conhecer o terceiro apartamento de Gerry. Lá “inaugurou” com ele cada peça da casa.
Ao final, seis dias antes de sua volta a Los Angeles, Gerry lhe fez uma surpresa. Sem aviso prévio, pediu-lhe que preparasse sua mala para uma pequena viagem de quatro dias. Apesar de estranhar o seu pedido, deixou-se levar. Já confiava plenamente nele agora. Pegaram o automóvel alugado muito cedo pela manhã. Passaram o dia viajando O coração de Sylvia bateu mais forte quando o carro cruzou a fronteira entre Inglaterra e Escócia.
_ Já adivinhou onde estamos indo? – perguntou Gerry, com um sorriso malicioso.
_ Estou vendo que você está com péssimas intenções em relação a mim.
_ Pois eu já acho que elas não poderiam ser melhores.
Vencido o medo e o nervosismo por estar sendo levada para conhecer a mãe de Gerry, chegou a Paisley, onde foi cercada de carinho e boas vindas por Margareth e seu marido, padrasto de Gerry.
_ Parece que meu filho finalmente encontrou a pessoa certa para compartilhar sua vida – disse Margareth, na hora das despedidas.
Da Escócia, partiram para Londres, de onde retornaram a Los Angeles, certos de suas escolhas e com a intenção de ficarem juntos...para sempre. Ou pelo menos, por muito tempo...

FIM





Aqui, Gerry se despede, aparentemente feliz com o final de sua estória. Acho que ele ainda espera conhecer alguém como Sylvia, que o faça feliz. Já que não pode ser comigo, que seja com outra que realmente o mereça.
Espero que tenham gostado do meu pequeno romance. Beijos a todos!!!

6 comentários:

Rose Silva disse...

Querida Rosane, parabéns por mais uma bela fic!
Lindo o final! Suspirei me vendo no lugar da Sylvia... kkkkkk
Obrigada por homenagear as gerryanas advogadas! rsss

Eu desejo que o Gerry encontre um grande amor e seja muito feliz. Mas tem que ser alguém especial como ele!

Beijos!

Ligia Bento disse...

Rosane! Mais um passeio seu!
Vc é show de escritora! Linda fic.
A Sylvia é mesmo a mulher bacana que nós esperamos que o Gerry encontre na vida dele (já que pode ser eu... kkkkkk.... ).
Bjim♥

Anônimo disse...

Rosane ler suas fics sempre alegram meu dia!! como eu disse lá no orkut, nao tenho nem mais palavras pra elogia-las pois sao sempre maravilhosas e deliciosas de ler!!
Espero que você continue sempre escrevendo para que possamos sonhar cada vez mais com o gerry...
E quanto ao final eu adoreii!!realmente gerry precisa de alguem assim como sylvia, que o faça muito feliz pois é o que ele merece!!
beijos

Unknown disse...

Ro, como sempre uma fic maravilhosa, adorei cada detalhe vc escreve maravilhosamente bem, que nos faz até viajar nessas aventuras podendo nos imaginar no papel dessas sortudas que são sua personagens..muito linda, envolvente e romântica, ameiiiii
espero pelas próximas fics, beijos Ro, da sua fã Bu hehehe...

Lucy disse...

Ai esses botões generosamente abertos...e essa barbinha cute cute, então?! Eu adoro!

Menina, conhecer o apartamento do Gerry... que perigo!!! Mas nessa altura do campeonato, tá todo mundo aqui agoniado pra mergulhar nesse perigo!!!

AMIGA!!! MMMMMOOOOOOORRRRRRIIIIIIII!!!!!

Estou nas alturas com esse romance, meu pulmão tá até inchado de tantos suspiros incontroláveis e intermináveis que saem sem que eu possa conter...

A gente já é completa e enlouquecidamente apaixonada pelo Gerry - aí vem vc, com suas fics MARAVILHOSAS, e a gente fica num estado entre a insanidade e o êxtase total!

PS
Cá entre nós, amiga... EU TÔ AQUI!!! Manda essa fic pra ele e diz tb que eu sou advogada (huahuhauhauha).

PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Essa estória é emocionante, empolgante, belíssima. A forma como você a contou é espetacular, com uma riqueza de detalhes que nos faz transbordar pra dentro da fic.

Mas, olha, vê se não se esquecer de dar o meu recadinho pro Gerry, tá?!! (rsrsrsrsr)
Mil e um beijinhos, recheadinhos de carinho...

Anônimo disse...

Cassinha disse,,,,

Rosane... pra variar vc sempre arrasa.... amei, amei, amei.... lindooooo!!! Eu quero ser a Silvia da vida dele!!! ploft....

Eu quero mais que ele seja feliz e que se tiver de encontrar alguem que o faça feliz!!! Isso que importa!!

Enquanto isto... vamos sonhando com as fic's que são maravilhosas!!!

Beijos querida e volte com masi Fics!!!