3 de mar. de 2009

Encontro Noturno

Capítulo 7


Chegou à galeria em torno de 16 horas. A porta estava entreaberta. Para sua surpresa uma bonita loura, de olhos azuis, vestida elegante e discretamente, veio ao seu encontro para recepcioná-la. Apresentou-se como a nova recepcionista da Galeria Paole. Parece que Stefan resolvera seguir o seu conselho.
_ O senhor Paole está? – perguntou, procurando vagamente pela presença dele.
_ Não...Ele esteve aqui pela manhã e saiu logo em seguida, dizendo que ia para casa, pintar em seu atelier. Ficou de voltar mais tarde, mas não disse o horário. A senhorita tinha hora marcada com ele?
_ Não...não... – Sophia sentiu-se decepcionada com aquela ausência. Talvez devesse ter ligado para combinar. Havia sido muito infantil achando que o surpreenderia com sua presença. Talvez ela não fosse tão importante assim para ele – Não marquei hora...
_ Que tal aguardar um pouco, tomar um cafezinho... Ele disse que voltaria.
_ Não sei, não... Olhe, eu vou deixar estes papéis com você para que ele assine. São os contratos da agência publicitária que prometi a ele de trazer hoje. Não há pressa. Assim que estiverem assinados, é só avisar que mando buscar.
Mal terminou a frase, notou que a moça olhou na direção do escritório de Stefan com expressão assustada. Logo pode ouvir uma voz masculina, grave e com um sotaque estranho.
_ Pode deixar, Melina. Eu faço companhia para a senhorita Sophia.
Sophia virou-se, tentando lembrar se havia dito seu nome para a recepcionista. Achava que não. Foi então que se deparou com um homem de boa aparência, pele clara, cabelos castanhos claros, revoltos, um pouco mais baixo que Stefan, de olhar firme e tão intenso quanto seu cliente. Melina retirou-se imediatamente. Parecia ter medo dele.
_ Deixe que eu me apresente – dizendo isso, aproximou-se dela vagarosamente – Meu nome é Dimitri. Sou irmão, isto é, meio-irmão de Stefan. Não creio que ele tenha falado de mim.
_ Não...De qualquer forma, muito prazer, senhor... – falou, estendendo sua mão para cumprimentá-lo e pensando na coincidência do nome.
Ele pegou em sua mão, segurando-a com força, demoradamente. “Mais um Paole charmoso”, pensou Sophia.
_ Meu nome é Dimitri Vrykolaka – continuou sua apresentação, dando ênfase ao seu sobrenome, diferente de Paole.
_ Bem, senhor Vr...Dimitri. Foi um prazer conhecê-lo, mas como eu estava falando para a ...Melina? ... – olhou para a mesa onde ficava a recepcionista – Eu já estava de saída.
Ele aproximou-se mais rapidamente dela, barrando-lhe a passagem para a saída.
_ O que é isso... Por favor, fique. Gostaria de conversar mais com você.
Sophia começou a ficar angustiada com o modo como Dimitri a olhava e a cercava.
_ Realmente, eu tenho de ir.
_ Venha até o gabinete. Lá poderemos conversar melhor a respeito de nós, Stefan e ...Caroline.
_ Então é você?
_ Dimitri! – a voz de Stefan se fez ouvir como uma trovoada ecoando pelo espaço amplo da galeria.
_ Ora, se não é o meu irmão mais velho! Estava tentando fazer companhia para a senhorita Sophia enquanto o aguardávamos – continuava ele, com expressão zombeteira.
_ Muito obrigada, mas já estou aqui e gostaria que você nos deixasse a sós...Por favor – disse Stefan, autoritariamente.
Dimitri olhou Sophia de alto a baixo e disse:
_ Como desejar, irmãozinho. Você tem muito bom gosto.
Stefan lançou-lhe um olhar cortante, cheio de censura, passou o braço em torno dos ombros de Sophia e, levando-a para o gabinete nos fundos da galeria, ameaçou em voz alta:
_ Mais tarde conversaremos, Dimitri.
_ Perdoe meu irmão. Às vezes ele pode ser bem desagradável.
_ Estou surpresa com a coincidência...
_ Coincidência? – Stefan ficou curioso – Que tipo de coincidência?
_ O seu irmão conheceu a minha sócia, Caroline, ontem e parece que ele a impressionou muito bem. Porém, o modo como ele me tratou me deixou preocupada por ela.
A expressão de Stefan ficou perturbada , mas continuou falando com voz segura:
_ Não se preocupe. O problema dele é comigo. Coisas de família. Eu vou falar com ele. Tenho certeza que não fará mal a sua amiga.
_ Espero que não. Ela é uma pessoa maravilhosa e não merece ser magoada.
Após alguns segundos de silêncio, Stefan o rompeu indagando:
_ Trouxe os contratos? Fico feliz por ter sido você a trazê-los e não um funcionário qualquer.
_ Parece que você já contava com isso ao despedir-se de mim ontem à noite.
_ Talvez... Ou talvez eu tenha desejado tanto revê-la que meus pensamentos a tocaram de alguma forma fazendo-a vir até aqui.
_ Stefan, eu queria lhe pedir para que parasse de me falar estas coisas. Você sabe que sou noiva, praticamente casada. Fica difícil eu trabalhar com alguém que fica tentando me seduzir o tempo todo.
_ Pois para mim fica difícil ficar perto de você e não sentir o que sinto. Sei que você também não é indiferente a mim – ele a olhava dentro de seus olhos, quando sua mão tocou a dela.
Ela não fugiu daquele toque, assim como não podia fugir daquele olhar.
_ Stefan...
_ Não precisa falar nada. Só quero poder continuar a vê-la.
Sophia não conseguia mais esconder seu desejo pelo homem a sua frente.
_ Eu preciso falar sim. Desde que o conheci tudo que eu já considerava como certo na minha vida virou de cabeça para baixo. Tenho pensado muito em você. Estou passando por uma situação muito difícil no meu noivado e vou ter de resolver isto antes de pensar em outro relacionamento. Espero que você me entenda e tenha paciência.
Ele segurou seu queixo com extrema delicadeza, fazendo-a olhar diretamente em seus verdes olhos, e disse com voz firme e expressão muito séria:
_ Tenho toda a paciência do mundo. O tempo para mim não é problema.
Aproximou-se dela, lentamente aproximando seus lábios, terminando em um beijo cálido e apaixonado, que a fez estremecer, tal e qual em seus sonhos.
Quando finalmente ele se afastou, Sophia recompôs-se e, com a fala quase sumida, conseguiu articular:
_ Tenho que ir, Stefan – disse ,sentindo os olhos ficarem marejados.
Ele apenas concordou com a cabeça e a deixou ir.
No caminho para a rua cruzou pela figura imponente de Dimitri, que a olhava pensativo.

Ficou andando sem rumo pelas ruas da cidade, com emoções confusas, magoada pela traição de Paulo, com medo daquela paixão emergente e intensa por um quase desconhecido...Stefan... Não notou os pingos de chuva de final de tarde de verão. Logo a precipitação aumentou, obrigando-a a entrar numa galeria. Enquanto esperava a tormenta passar, seu olhar perdeu-se no interior do pequeno shopping até que parou diante de uma cena que a deixou sobressaltada. Jamais imaginou que o pegaria numa traição duas vezes num só dia. Parece que o destino lançava suas cartas para que ela não tivesse dúvidas de qual seriam seus próximos passos. Em frente à caixa registradora de uma cafeteria, provavelmente aguardando seu troco, encontrava-se Paulo, abraçado com a mulher da foto que vira em seu celular pela manhã. Beijava-a apaixonadamente, como nunca a beijara antes. Logo ele que sempre falou mal das pessoas que faziam este tipo de demonstração pública. Estava sem reação, quando percebeu que Paulo a tinha visto e que falava alguma coisa para a acompanhante. Logo ele se pôs a caminhar em sua direção. Ao se dar conta disso, Sophia começou a correr desesperadamente para a rua, onde o temporal continuava intenso. Não queria falar com ele naquelas condições. Ainda olhou para trás ao ouvir seu nome à distância, mas não viu ninguém. Provavelmente ele desistira de segui-la. As grossas gotas de chuva misturavam-se às suas lágrimas, impedindo sua perfeita visão. Sentia-se humilhada e enganada. Não havia mais só uma suspeita. Já havia feito seu julgamento e o veredicto. Foi neste momento que aconteceu a freada brusca de um carro. Sophia foi jogada pelo impacto no meio da rua. Sua visão escureceu e não viu mais nada.


Ouviu seu nome. A voz era sua conhecida. A voz rouca e inebriante de Stefan. Sentiu um calor envolvendo-a. Ela estava de pé, num lugar desconhecido. Olhou para cima e viu a grande lua cheia rodeada por estrelas sobre sua cabeça. Parecia estar em um grande salão coberto por um telhado de vidro que lhe desvendava aquela visão belíssima da noite. No momento seguinte, sentiu que Stefan aproximava-se dela, sussurrando o seu nome, muito próximo ao seu ouvido. Podia sentir a respiração dele roçando seus cabelos. Sua presença aquecia sua alma, acalmava sua mente, fazendo-a esquecer de todos os momentos ruins que vivera nas últimas horas. Uma onda de desejo começava a crescer dentro dela, rompendo a timidez e a racionalidade. As mãos fortes passaram a acariciar-lhe os seios, excitando seus mamilos. Só então se deu conta. Estava nua. Seria este mais um daqueles sonhos noturnos que andava tendo? As mãos continuavam seu trabalho de reconhecimento pelo corpo de Sophia. Ela podia sentir o corpo dele atrás de si, provocando sensações de prazer inigualáveis, nunca antes sentidas. Pode perceber, então, que ele também se encontrava desprovido de qualquer peça de roupa. Ela desejava ver o corpo daquele homem que tanto a excitava e para isso virou-se lentamente, todos seus músculos vibrando com intensidade . Lá estava ele. Forte, viril, com seu rosto másculo, de queixo partido e aqueles olhos verdes claros e brilhantes que a fascinavam. Era uma visão de perder o fôlego. Ele também parecia muito excitado. Passou a abraçá-la com mais intensidade, apertando-a contra si, agarrando suas nádegas. Os lábios trêmulos deslizavam em sua face, suas orelhas, seu pescoço... Por um momento, ele parou de beijá-la, tentando esconder o rosto.
_ Não pare, Stefan. Por favor ...Eu te quero agora. Quero ser sua...para sempre.
Foi então que ele a ergueu nos braços e a levou para um canto do salão, onde havia o que parecia ser uma chaise long. Ali a deitou com suavidade. Naturalmente, ela abriu as pernas para acolhê-lo. Sentiu-o penetrar em suas entranhas vigorosamente, com urgência, enquanto as mãos acariciavam seu corpo com sofreguidão, e a boca beijava com ardor a tênue curvatura de seu pescoço, provocando mais sensações orgásticas. De olhos fechados, gemendo alto, repentinamente sentiu uma forte dor no colo, como se ferro em brasa a perfurasse, para logo em seguida uma onda de relaxamento tomasse conta de tudo, sem aperceber-se do fio de líquido quente escorrendo por sua nuca. Ainda pode ouvi-lo murmurando:
_ Agora você será minha... para sempre...





Desculpem a hora da postagem, mas é que o Stefan não consegue me largar mais cedo. Ele é impossível...hehehe... Beijos, meninas. Comportem-se até a continuação...

9 comentários:

Ligia Bento disse...

Rô... Quase tive um filho de plástico!!! E o queixinho partido... hummmmm...
Acho que esse Dimitri vai ser um problema a mais...
Ansiosa pelos próximos capítulos!
Bjim♥

Anônimo disse...

Carel disse:
Ro, Ro, Ro... como tu é malvadaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! Parar o conto bem agora!!! Alguém em especial tu imaginou quando criou o dimitri? Ele parece ser bem perigosooooo também...kkkk. Nossa!!Não demora pra postar, please!

Anônimo disse...

Hahahhahaha...a secretária tem meu nome!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Nossa Rô...q aconteceu? Ela estava sonhando de novo, ela sofreu um acidente? Aiiii...não demore!!

Concordo com a Ly, Dimitri será mais um problema.

Bjos

Cris disse...

Rô,amiga!!!

Que fic,hem!!!,está cada vez melhor,acabei de ler e quase tive um troço e esse Dmitri vai dar trabalho.
Bjs.

Anônimo disse...

Minhas queridas leitoras! Só posso agradecer os comentários e os incentivos para a minha fic. Adoro cada um deles. Não sei se vou poder postar hoje o 8º capítulo, pois ainda tenho de escrevê-lo, mas vou deixar só duas dicas:
- Já está perto do final e
- O Dimitri não é tão mau quanto parece, tadinho. Vcs estão tendo uma imagem muito ruim dele.
Respondendo a Carel, eu não pensei em ninguém em especial não para o Dimitri. Aceito sugestões.
Espero postar amanhã. Beijos a todas!!

Unknown disse...

Caracaaaaa....nossa Ro vou te dizer uma coisa se eu continuar lendo essa fic da proxima vez não vou sair viva daqui não, to passando mal aqui juro que esta um calor infernal aqui onde moro mais depois de ler este 7 capitulo eu fui obrigada a levantar daqui e sair correndo tomar um banho gelado quase com roupa e tudo hahahaha... minha nossa senhora do céuuuu me abanaaaaaaaaaaaaaaaaaa...mais tenho que confessar que a descrição do irmão mais velho do gostoso do stefam é muito boa viu kkkkk nossa mãe.. vou ter um treco desta vez eu não passo..
Beijokas Ro e não demore viu sabes que é minha escritora predileta hahaha puxa saco né kkkkk..

Pati disse...

uau.
que que né isso!
Ro, vc é muito malvada...isso é hora de parar?

Lucy disse...

Affffffffffffff... Já tava adivinhando que o Dimitri tinha alguma coisa a ver com o nosso gostosérrimo! Meio-irmão... oh delícia de família!!! É o tipo de linhagem que deveria ser clonada!!! (hihihi).

Ai, Jesus amado, esse Stefan é muito charmoso, não dá pra resistir, só de imaginar ele falando essas coisas já tô aqui toda molinha...

Noooooooooooooooosa... um beijo... estou aqui em suspiros múltiplos...

Putz, essa foi demais, bem feito pro Paulo, há males que vem para bem, a Sophia é muito conservadora, foi bom pegar o safado em flagrante para entender, de uma vez por todas, que ele não era o homem de sua vida.

Agora sim... os finalmentes!!! Essa é melhor parte!!! (hehehe)

Morri!!! Cadê o Stefan, amiga??? Dá o meu endereço pra ele que estou necessitada de tudo isso!!! Estou em brasas com a sua narrativa, que coisa mais romântica, uma verdadeira delícia! Sonho ou não, a Sophia... muito espertinha... tá aproveitando... eta coisa boa!!!
Beijinhos