13 de abr. de 2009

Amor em Cena

Estava guardando esta fic para a inauguração do site do nosso fã-clube, mas não resisti mais a tentação de postá-la. Dani, não fica chateada comigo (PS: o nome da heroína não foi por acaso...rsrsrs). Prometo que escrevo várias outras para esta finalidade. Pode contar com isso. Assim, vou começar a postar hoje esta nova fantasia com o Gerry. Sonhem comigo, queridas Gerrymaniacas...



Actor’s Studios de Nova York. Sonho de todo aspirante a ator. Ainda não conseguia acreditar que aquilo estava lhe acontecendo de verdade. Depois de tantos estágios em escolas dramáticas do Rio e São Paulo, realizados após o término de seu curso de Arte Dramática, conseguira aquela bolsa de estudos para aperfeiçoamento de sua arte. Enviara seu currículo e alguns vídeos de seus trabalhos mais recentes e, surpreendentemente recebera a notícia de que fora aprovada para uma das duas bolsas para alunos estrangeiros. O curso era muito conhecido e recomendado para quem almejava uma carreira vitoriosa no teatro ou no cinema. Grandes atores tinham passado por seu tablado, como Al Pacino, Ellen Burstyn, Dustin Hoffmann, Sidney Poitier, entre outros. Agora era a sua vez.
Daniela conseguira alugar um espaço num dos apartamentos, próximos à escola, próprios para estudantes. Apesar de pequeno, tinha quatro minúsculos quartos, resultado de uma divisão dos dois dormitórios originais. Era próximo à escola e ela dividiria com mais três colegas, que só conhecera após a sua chegada, dois dias antes. Gary Falk era um belo rapaz, com idade próxima aos 26 anos, alto, louro, lindos olhos azuis turquesa, vindo do interior do Texas. O seu jeito lembrava muito o de Brad Pitt no início de sua carreira, no filme “Thelma e Louise”, numa versão menos cafajeste, felizmente. Mas o seu modo de caminhar e o sotaque eram muito parecidos. Era uma pessoa agradável, simpática e simples. No início, Daniela ficara um pouco relutante ao saber que teria que dividir o mesmo espaço com um homem, mas depois de conhecê-lo, achou que não teria problemas. Afinal, seu coração já tinha dono, apesar dele não saber disso.Eve Greenmore era inglesa, mas morava há muitos anos nos Estados Unidos. Viera ainda pequena para Washington com os pais, que eram diplomatas. Sempre sonhou em ser atriz e, finalmente conseguira uma vaga no Actor’s, como aluna pagante. Ela também já terminara um curso de artes dramáticas e tinha alguma experiência em teatro. Ela não era propriamente bonita, mas era muito elegante e sensual. Suas pernas eram de dar inveja. A terceira colega era a mais jovem dos quatro. Chamava-se Lourdes Garcia e era porto-riquenha, naturalizada nos EUA, pois o pai era americano. Seu sonho era ser uma nova Jenifer Lopez. Apesar de ter 22 anos, freqüentava desde os 13 anos cursos de teatro infantil e escolas de canto e teatro. Seu teste tinha sido tão bom que ganhara a bolsa para freqüentar o curso. Segundo ela, quando adolescente, sempre fora muito magricela. Assim que foi possível, fez todas as dietas e preenchimentos cirúrgicos possíveis para poder chegar próxima à imagem cheia de curvas de J.LO com que tanto sonhava. Era surpreendente que algum cirurgião pudesse ter tido a coragem de fazer este tipo de procedimento em alguém tão jovem como Lourdes. Apesar de tudo, ela também era muito comunicativa e de uma energia contagiante. Entre todos, Daniela era a mais tímida do quarteto. Com seus 28 anos – ela se achava um pouco velha para ainda estar na escola -, ela não nascera querendo ser atriz como os outros. Esta paixão nascera juntamente com uma outra. Há alguns anos começara a acompanhar a carreira de um ator. Ao conhecer sua história de vida e o amor pela profissão percebeu que este também era o seu desejo. Ansiava pelo dia em que poderia conhecê-lo pessoalmente. Tentava não pensar muito nisso para não se decepcionar. Sabia que isto era quase impossível, visto a trajetória de sucesso crescente dele, tornando o seu acesso cada vez mais difícil. O que importava era que descobrira a vocação de sua vida, de forma inesperada, mas a tempo de torná-la possível. Sua família tinha sido contra desde o início. Achavam que Dani, como a chamavam desde pequena, tinha enlouquecido, largando um importante curso de Medicina para dedicar-se a uma carreira, no mínimo, incerta e, no máximo, sem futuro, como eles mesmos classificaram. A única pessoa que ficara ao seu lado, dando cobertura ao seu sonho, foi sua avó. Descobriu que este também tinha sido um sonho dela quando jovem. Mostrou seu álbum guardado por muitos anos, escondido em um velho baú, recheado com fotos antigas de lindas atrizes e famosos atores da década de 50-60. Dani se deu conta de que não se deixaria subjugar pela mediocridade e pelo medo em arriscar. Ia lutar por seus sonhos. Não os guardaria dentro de um baú sob sua cama.



Tudo levava a crer que este seu investimento começava a render juros. Claro que fora a avó a sua grande financiadora, pagando seus cursos e viagens, já que seus pais negaram-se a ajudá-la naquela aparente loucura. Ainda tinham esperança que ela voltasse atrás e readquirisse a razão perdida.
As aulas começariam no dia seguinte. Era final de inverno em Nova York. Já havia se inscrito em um curso de inglês para perder seu sotaque. Não pretendia voltar ao Brasil tão cedo.
Os quatro locatários acordaram cedo naquela segunda feira, tomaram seu café e saíram para o início das atividades, cada qual com seus sonhos e expectativas. Logo ao chegarem, foram recepcionados por estudantes mais antigos. Felizmente não houve trote em nenhum momento. Apenas deram as informações necessárias para que eles se localizassem dentro da escola, fornecendo boletins informativos sobre as aulas, atividades extracurriculares e espetáculos que seriam apresentados, naquela temporada, na cidade.
A escola estava localizada no centro de Manhattan, num lindo prédio antigo, provavelmente da década de 40, reformado, com a fachada toda em tijolinhos vermelhos, tendo prédios de três andares que cercavam a entrada principal, onde ficava uma escadaria que levava ao interior da escola. Ela tinha sido fundada em 1947, por Elia Kazan. No térreo tinha dois pequenos teatros para uso dos professores, alunos e, eventualmente, para apresentação de peças ao grande público. Logo no saguão principal, as paredes eram cobertas pelas fotos de antigos fundadores e diretores, bem como de alunos ilustres que por ali haviam passado.
Foram encaminhados para um dos auditórios, onde o mestre de cerimônias não eram ninguém mais do que Martin Scorcese, que fez um primoroso discurso, que deixou a todos profundamente emocionados.


O ano começara. Além das aulas teóricas, muitas práticas. Nestas, podia-se perceber a presença de olheiros que buscavam novos talentos. Lourdes queixava-se que estes estavam demorando muito a procurá-la. Nós a consolávamos dizendo que ela estava no início do seu curso, mas que certamente teria a sua chance de ser descoberta quando chegasse a hora certa.
Logo no saguão principal, as paredes eram cobertas pelas fotos de antigos fundadores e diretores, bem como de alunos ilustres que por ali haviam passado.
Foram encaminhados para um dos auditórios, onde o mestre de cerimônias não eram ninguém mais do que Martin Scorcese, que fez um primoroso discurso, que deixou a todos profundamente emocionados.
O ano começara. Além das aulas teóricas, muitas práticas. Nestas, podia-se perceber a presença de olheiros que buscavam novos talentos. Lourdes queixava-se que estes estavam demorando muito a procurá-la. Nós a consolávamos dizendo que ela estava no início do seu curso, mas que certamente teria a sua chance de ser descoberta
Aquele primeiro semestre passou rapidamente. Logo chegou a semana de férias de verão. Dani optou por ficar na Big Aple. Com freqüência ligava para sua avó para dar notícias de como estava se saindo. Seus três companheiros resolveram ir matar as saudades dos familiares, deixando-a sozinha no apartamento. Até ali eles estavam se dando muito bem. Conseguiram organizar-se de tal maneira que estavam mantendo o apartamento limpo e a divisão de tarefas funcionando perfeitamente, surpreendentemente. Eve era a nossa mentora nestas questões. Ela organizara uma espécie de tabela, de acordo com as habilidades de cada um, com horários e funções definidas.
Dani aproveitou para conhecer um pouco mais de Nova York naquela semana. Certo final de manhã, já no seu penúltimo dia de férias, teve uma atordoante visão. Estava passeando por um dos nobres bairros residenciais, distraída, quando quase perde o fôlego ao ver alguém muito conhecido seu, andando de bicicleta, displicentemente, como um qualquer. Era ele!


No mesmo instante, Dani ficou paralisada onde estava, a olhá-lo, sem nem ao menos notar que havia parado no meio da rua. Seus olhares se cruzaram no momento em que ela ouviu o som de uma freada brusca muito próximo a ela. O sinal abrira e por pouco não era atropelada por um motorista mais apressado. Ela, porém, só conseguia ver os movimentos dele, largando a bicicleta e avançando rapidamente em sua direção. O motorista do carro colocou a cabeça para fora da janela e começou a disparar os piores desaforos para Dani, mas calou-se ao receber o olhar zangado do homem alto e forte, vestido com uma bermuda de algodão bege e uma camisa azul clara, que correra para auxiliar a jovem à sua frente. Ela, mais parecia uma viciada em vias de entrar em coma pois não conseguia mover-se do lugar em que estava.
_ Ei, você está se sentindo bem? – perguntou ele, já a segurando pelo braço e forçando-a a sair do meio da rua, levando-a em direção a calçada – Está me ouvindo?
Claro que ela podia ouvi-lo, mas estava em tal estado de choque, pelo encontro imprevisto, que não conseguia falar.
Demorou alguns segundos para recuperar a voz e responder ao seu interlocutor, que a olhava intensamente, com olhos verdes preocupados.
_ Eu estou bem...Não se preocupe. Foi apenas uma tontura passageira. Acho que foi o calor. Estou andando a manhã toda e não tomei nem um gole d’água todo este tempo. Está muito calor aqui... – ela tinha medo de encará-lo e deixá-lo perceber que ele a deixava perturbada e que este fora o verdadeiro motivo de sua “ausência” súbita.
_ Venha comigo. Tem um mercado logo ali. Vou comprar uma água para você hidratar-se um pouco.
Ele a levou delicadamente até a porta do dito mercado, depois de pegar sua bicicleta que ainda o aguardava caída ao chão. Deixou ambas, Dani e bicicleta, paradas do lado de fora.
_ Espere por mim bem aqui. Se você não melhorar, a levo a um hospital.
Ela não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Sonhara tanto em conhecê-lo. Imaginara as mais diversas maneiras, todas cercadas por muito romantismo. Agora acabara de acontecer da maneira mais infame possível. Ele certamente estava pensando que ela era uma pobre perturbada mental, sem eira nem beira, perdida por aí. Estava morrendo de vergonha.
Antes que ela pudesse responder que não precisava de ajuda, ele desapareceu no interior do mini-mercado.
Possuída por uma tremenda crise de acanhamento inexplicável, saiu correndo dali. Só conseguiu parar de correr cerca de quatro quadras depois, quando sentiu que ele não a estava seguindo. Censurou-se a si mesma, chamando-se de idiota e outros xingamentos mais severos por estar agindo daquela maneira. Porque ela simplesmente não tinha agradecido e se apresentado a ele? Seria tão mais fácil. Não entendia este seu tipo de bloqueio. No palco não apresentava nem sinal de timidez para atuar. No entanto, na sua vida pessoal, isto era uma trava constante. Não era à toa que tinha tanta dificuldade para iniciar relacionamentos.

Gerard saiu do mercado, alguns poucos minutos depois, segurando uma garrafa de água e uma lata de Coca, e surpreendeu-se ao ver que apenas sua bike estava lhe aguardando. Ficou intrigado com esta fuga inesperada. Era uma jovem bem interessante, mas talvez fosse um pouco “confusa”. Será que ela ficara com medo dele? Por que teria fugido daquela maneira? Talvez a palavra hospital a tenha amedrontado... Resolveu não pensar mais naquilo. Tomou seu refrigerante, descansando sobre sua bicicleta, encostada em um muro. Depois seguiu para seu apartamento, que ficava ali perto, pois teria um compromisso logo mais, à tarde.






Continuo amanhã...

2 comentários:

Anônimo disse...

Carel disse:
Ro, como tu é malvada em postar assim, em doses homeopáticas... To que não me guento de curiosidade agora.kkkk

Lucy disse...

Nossa, Rô, imaginei a cena de estarmos ali naquela cidade imensa e, do nada, nos depararmos com o nosso Gerry, todo a vontade em sua bicicleta... imagino que seria um teste ao nosso coração, pq os batimentos ficariam enlouquecidos de tanta emoção!
E bendito esse quase atropelamento! Gente, eu tb ficaria embasbacada, sem palavras, só admirando toda aquela perfeição bem pertinho de mim! Agora, bom mesmo para hidratar a Dani seria ele tasca-lhe um beijões, tenho certeza que ela iria se sentir muitíssimo melhor... (hihihi). Olha, sou tímida, meio bobona às vezes, mas confesso que nessa situação eu não sairia correndo. Iria ficar ali esperando pela água ou algo mais... quem sabe? Uma oportunidade dessas a gente não pode deixar passar!!!
Já tô vendo que essa sua nova fic vai ser muito emocionante... delícia!
Beijinhos