Depois de arrumar suas roupas no guarda roupa do quarto, decidiu tomar um banho para animar-se. Talvez dar uma volta para refrescar as idéias e parar de pensar bobagens a respeito de Gerard.
Ao sair do banho, vestiu o roupão aveludado fornecido pelo hotel e atirou-se novamente na cama. Logo estava dormindo. O sono que tivera durante a viagem não fora muito tranqüilo. Sentiu as pálpebras pesarem e adormeceu. Seu último pensamento fora para uma única pessoa...
O som estridente da campainha do telefone em sua mesa de cabeceira assustou-a.
_ Alô? – a voz saiu rouca e falhando.
_ Ainda dormindo? – a voz alegre do outro lado da linha a despertou imediatamente.
_ Gerard?
_ Esperava por outra pessoa? – respondeu, não tão alegremente.
_ Não... Quem? Ai, deixa prá lá....Que horas são?
_ São 19 horas, sua dorminhoca.
_ 19 horas?? Tudo isso?
_ Olha, eu estou ligando para te convidar para sair para jantar, junto com alguns amigos. Não precisa aceitar, se não quiser.
_ Claro que eu aceito. Só preciso de um tempo para me arrumar.
_ Não se preocupe. Vou te dar...uma hora e meia. Está bom assim ou precisa de mais tempo?
_ Não, está ótimo...Onde os encontro?
_ Eu busco você aí no hotel. Me espere no saguão às 20:30h.
_ Estarei esperando, sim.
_ Até mais, então – e desligou.
Estava na hora de deixar aquela timidez irritante de lado. Estava tão feliz com os últimos acontecimentos. Estava na hora de aproveitar todas as oportunidades que estavam surgindo, inclusive a chance de conhecer Gerry melhor e deixar que ele a conhecesse, também.
Colocou seu melhor vestido, que já intencionalmente levara na pouca bagagem para a viagem. Tentou manter uma imagem casual, com pouca maquiagem e cabelos soltos. Gostou do resultado final. Não tinha mesmo muito tempo para grandes produções estilísticas. Às 20:15 h, pegou sua bolsa e desceu para o saguão conforme o combinado.
Enquanto esperava por Gerard, um jovem alto e moreno, muito simpático, provavelmente originário da América do Sul, aproximou-se dela para, aparentemente, pedir informações sobre L.A. Mesmo depois que ela o informou saber tanto quanto ele sobre a cidade, a conversa continuou. Seu nome era Alejandro e estava em férias, tendo chegado no hotel há dois dias.

Logo estavam rindo juntos, com Dani corrigindo o inglês dele enquanto ele lhe ensinava algumas palavras em espanhol. De repente, o sorriso de Alejandro desapareceu. Logo Dani entendeu porque. Atrás dela, estava Gerard parado, com uma cara péssima, olhando para os dois, como se fossem criminosos.

_ Ele é namorado seu? – perguntou Alejandro, preocupado e mostrando alguma dificuldade no seu inglês.
_ Não. È apenas um amigo – respondeu, enquanto chamava Gerard para apresentá-lo ao novo conhecido, tentando manter a maior naturalidade possível.
_ Olá, Gerard. Quero lhe apresentar Alejandro. Ele estava me fazendo companhia enquanto esperava a sua chegada.
_ È melhor irmos logo. O pessoal já está nos esperando – disse sem mostrar um só milímetro de seus dentes.
_ Muito prazer, senhor... – cumprimentou Alejandro, estendendo-lhe a mão, sem retorno.
Dani ficou chateada com a maneira como Gerard havia tratado o rapaz e fez questão de despedir-se mais efusivamente que o normal.
_ Bem, Alejandro, foi um prazer conhecê-lo – disse dando-lhe um abraço e um beijo no rosto.
_ Espero encontrá-la em breve. Quem sabe não fazermos um tour por Los Angeles juntos?
Ela riu ao ouvir a concordância errada do convite, mas respondeu:
_ Quem sabe? Até logo, Alejandro.
Sentiu a mão forte de Gerard apertar-lhe o braço e puxá-la em direção a saída.
_ Eu esperava que você fosse mais educado...
_ È, talvez eu tenha exagerado. Desculpe – disse visivelmente irritado – Não sabia que você fazia amizade tão rápido com estranhos. Será que a dificuldade é só comigo?

_ Como assim? Não entendi...
_ Deixa prá lá. È melhor nos apressarmos. Não gosto de chegar atrasado a um compromisso.
Dani perguntava-se se estava presenciando um certo comportamento ciumento em Gerry, mas preferiu pensar que era apenas uma impressão errada sua, para não ficar imaginando coisas que não existiam.
Gerry pegou o carro com o manobrista do hotel, a fez entrar e logo estavam a caminho do local do encontro. Permaneceram num silêncio tenso durante todo o percurso.
Chegaram a um belo prédio de apartamentos e, surpreendentemente, Gerard entrou na garagem e estacionou seu carro em uma das vagas.
_ Que lugar é este?
_ È onde eu moro – respondeu ele com a maior tranqüilidade.
_ E o jantar? E seus amigos? – quis saber, com a voz repentinamente tremula.
_ Devem estar chegando ou já estar lá... – vendo a cara de espanto dela, continuou – Ah! Esqueci de dizer-lhe que o jantar seria aqui. Pensou que fosse num restaurante, não?
_ È...eu pensei.
_ Desculpe não ter lhe dito. Algum problema? - perguntou com ares de sarcasmo.
_ N-não. Problema algum.
_ Então, vamos subir – disse, enquanto segurava a porta do elevador para que ela entrasse.
O apartamento dele era muito espaçoso e com uma decoração de extremo bom gosto. Havia um garçom a postos para atender os convidados. Apena um casal havia chegado. Gerry foi muito efusivo com ambos e logo a chamou para apresentá-la. Era o diretor do filme, Felix, para o qual ela faria o teste no dia seguinte. Ele estava acompanhado pela esposa e era um sujeito muito simpático. Aos poucos os amigos de Gerry foram chegando. Ao todo eram 8 pessoas para jantar.

Foram servidos alguns canapés e, cerca de uma hora depois, o jantar foi servido. O clima era de descontração e os assuntos, os mais variados. Todos fariam parte da equipe de filmagem. Daniela praticamente já se sentia como fazendo parte também. Após terminado o jantar, ainda ficaram conversando um bom tempo. Quando a meia-noite aproximou-se, começaram as despedidas.
_ A gente se fala amanhã, Daniela. Sem nervosismos, está bem? Tudo vai dar certo, tenho certeza. Confio no olho do Gerry como caça-talentos.
Quando o último conviva saiu, Daniela dirigiu-se a Gerry para despedir-se.
_ Bem, acho que vou indo também. Já está tarde e tenho que acordar cedo. O teste é pela manhã?
_ È, mas ficou marcado para o final da manhã. Não precisa ter pressa. Vamos conversar mais um pouco.
_ Acho melhor eu ir. È só chamar um táxi
_ Eu a levo até o seu hotel... depois. Venha, vamos sentar – ele insistiu.
Percebendo que aquilo era quase uma ordem, Daniela acomodou-se novamente na confortável poltrona onde estava sentada antes. Gerry sentou-se a sua frente, relaxadamente, com as pernas abertas, no sofá de três lugares e fixou seu olhar sobre ela , como se a analisasse.
_ O que você quer conversar? – perguntou Dani, já encabulada pelo silêncio e pelo olhar escaneador de seu interlocutor.
_ Porque você continua me tratando como se eu fosse um estranho?
_ Como assim? Não entendo o que você quer dizer com isso – respondeu Daniela, já sentindo-se corar.
_ Vejo você tratando a todos com sorrisos, beijinhos e abraços...Até um desconhecido, que você diz ter conhecido na porta do hotel, você trata melhor que a mim.
_ De onde você tirou esta idéia? – perguntou ela, espantada com a queixa magoada dele. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo.
Foi então que ele levantou-se, como um grande gato, aproximou-se dela e ficou de joelhos à sua frente, pegando em suas mãos e encarando-a com os dois grande olhos verdes tristonhos. Daniela pensou que seu coração fosse parar ao vê-lo daquele jeito, mendigando a sua atenção.
_ Desde que te vi pela segunda vez, naquele palco do Actor’s Studio, não consegui mais parar de pensar em você. A todo o instante fico pensando no seu jeito, no seu olhar, ouvindo a sua voz. Mas cada vez que tento me aproximar, sinto que você põe uma barreira entre nós. Eu fiz alguma coisa para você me odiar tanto?
_ Odiar? Gerard! Eu jamais poderia odiá-lo... Eu ...gosto de você... – falou hesitante, com medo que uma declaração mais apaixonada lhe aflorasse aos lábios.
_ Gosta? Gosta como? – ele continuava muito próximo a ela e com os olhos cravados nos dela.
_ Gosto, ora. Você tem sido gentil comigo, me convidou para este teste, parece ter visto algum talento em mim... Não tenho motivo algum para ...odiá-lo. Não sei onde você viu este tipo de sentimento em mim.
Ele aproximou-se ainda mais, obrigando-a a ir para trás, até quase tocar no encosto da poltrona. Daniela sentia como se fosse entrar em erupção a qualquer instante. O desejo por ele era crescente e parecia que o mesmo acontecia com ele, pela expressão e seu rosto.
_ Gosta só como conhecido, amigo ou... algo mais?
_ E-eu não sei o que você quer dizer...- engoliu em seco e tentou levantar-se – È melhor eu ir embora. Já está ficando tarde e tem o teste amanhã
Ele a impedia de sair de onde estava e parecia estar saboreando satisfeito cada expressão e cada palavra oferecidas por Daniela. Um beijo parecia iminente.
_ Não quero que você vá embora – disse, levando sua mão direita até o rosto de Daniela e acarinhando-a com suavidade, fazendo com que um arrepio gostoso percorresse o corpo dela.
_ Gerard, o que você está fazendo? – disse num sussurro, quase de olhos fechados, adorando o toque daquela mão grande e quente, que quase conseguia envolver todo o seu rosto.
Ele, percebendo que estava conseguindo quebrar as barreiras, aproximou-se, lentamente, tocando seus lábios de leve nos dela. Este toque arrancou um gemido suspiroso de Daniela. Os braços de Gerry envolveram-na, puxando-a contra seu peito arfante. Logo, beijou-a com mais intensidade, vencendo totalmente sua resistência. Daniela acabou por colocar as mãos envolvendo a cabeça dele, puxando-o ainda mais contra si, desafogando todo o desejo, controlado até então. Ambos pareciam ter urgência em penetrar na intimidade um do outro. Era como se quisessem fundir-se num só. Esquecidos de tudo, só agiam por impulso, tentando eliminar tudo que pudesse interferir com o toque pele a pele.
Livres de suas roupas, entregaram-se ao prazer maior, deixando suas mãos percorrerem livremente os caminhos de seus corpos desnudos e famintos. Fizeram amor no meio da sala, sem ligar para qualquer desconforto. Quando finalmente chegaram ao êxtase, permaneceram abraçados , caídos exaustos e satisfeitos. Mentes vazias, corpos cansados e sorriso nos lábios, permaneceram assim por vários minutos, antes que alguém resolvesse falar novamente.
Daniela abriu os olhos e viu o rosto sereno de Gerry, dormindo tranqüilo como uma criança. Teve vontade de beijá-lo, mas precisava sair dali e voltar para o seu hotel. Precisava tomar um banho e arrumar-se para o teste no final da manhã. Com cuidado, tentou levantar-se. Já estava quase conseguindo, quando foi puxada para baixo por dois braços fortes.
_ Onde a senhorita pensa que vai?
_ Eu não queria te acordar. Preciso voltar para o hotel. Lembra do teste?
_ Claro que lembro. Eu vou participar dele também.
_ Como assim, vai participar também?
_ Ora, com quem você pensa que vai contracenar?
_ Mas, no teste?
_ Sim...Por isso já comecei os ensaios agora à noite... – disse , olhando-a divertido.
Por um momento, Daniela sentiu medo daquele comentário, mas ele logo puxou-a mais contra si e a beijou.
_ O que houve? – perguntou a ela quando sentiu que seu beijo não era correspondido – Não gostou de saber que vai atuar comigo?
_ Não é isto...Foi este seu comentário. Você já tinha planejado tudo isto, não? A atriz iniciante que vai prá cama com o produtor e consegue o papel que tanto sonha. È fácil para você conseguir as mulheres que deseja tendo este poder de persuasão...
Ela viu a expressão alegre de antes se alterar para muito séria no rosto de Gerry.
_ Não. Eu não planejei nada disto. Nunca pensei que você ou qualquer outra pessoa pudesse pensar isto de mim – Ele estava realmente surpreso e aborrecido com o que Daniela dissera – Sinto muito se fiz você imaginar que queria me aproveitar de você.
O modo como ele estava reagindo fez Daniela arrepender-se imediatamente do que acabara de dizer.
_ Gerry...Eu...
_ Melhor você se ajeitar. Eu a levo até o hotel. Não precisa preocupar-se com o teste. Ele vai sair de qualquer maneira – disse friamente, sem olhá-la nos olhos, já se levantando do chão onde estavam.
_ Gerard! Me desculpe. Eu não queria dizer isto...
_ Então, não devia ter dito – falou, enquanto vestia sua camisa e caminhava em direção à área íntima do apartamento.

Daniela queria morrer, mas não falou nada. Ela conseguira estragar tudo. Nunca mais ele ia querer vê-la. Levantou-se e foi juntar suas roupas que estavam espalhadas sobre o tapete da sala. Tentava segurar as lágrimas, mas não conseguiu. Vestiu-se e sentou-se no sofá. Quanto mais pensava no que acontecera, maior o seu desespero. Como pudera dizer aquilo ao homem que amava e com quem finalmente tinha tido uma inesquecível noite de amor?
Ao sair do banho, vestiu o roupão aveludado fornecido pelo hotel e atirou-se novamente na cama. Logo estava dormindo. O sono que tivera durante a viagem não fora muito tranqüilo. Sentiu as pálpebras pesarem e adormeceu. Seu último pensamento fora para uma única pessoa...
O som estridente da campainha do telefone em sua mesa de cabeceira assustou-a.
_ Alô? – a voz saiu rouca e falhando.
_ Ainda dormindo? – a voz alegre do outro lado da linha a despertou imediatamente.
_ Gerard?
_ Esperava por outra pessoa? – respondeu, não tão alegremente.
_ Não... Quem? Ai, deixa prá lá....Que horas são?
_ São 19 horas, sua dorminhoca.
_ 19 horas?? Tudo isso?
_ Olha, eu estou ligando para te convidar para sair para jantar, junto com alguns amigos. Não precisa aceitar, se não quiser.
_ Claro que eu aceito. Só preciso de um tempo para me arrumar.
_ Não se preocupe. Vou te dar...uma hora e meia. Está bom assim ou precisa de mais tempo?
_ Não, está ótimo...Onde os encontro?
_ Eu busco você aí no hotel. Me espere no saguão às 20:30h.
_ Estarei esperando, sim.
_ Até mais, então – e desligou.
Estava na hora de deixar aquela timidez irritante de lado. Estava tão feliz com os últimos acontecimentos. Estava na hora de aproveitar todas as oportunidades que estavam surgindo, inclusive a chance de conhecer Gerry melhor e deixar que ele a conhecesse, também.
Colocou seu melhor vestido, que já intencionalmente levara na pouca bagagem para a viagem. Tentou manter uma imagem casual, com pouca maquiagem e cabelos soltos. Gostou do resultado final. Não tinha mesmo muito tempo para grandes produções estilísticas. Às 20:15 h, pegou sua bolsa e desceu para o saguão conforme o combinado.
Enquanto esperava por Gerard, um jovem alto e moreno, muito simpático, provavelmente originário da América do Sul, aproximou-se dela para, aparentemente, pedir informações sobre L.A. Mesmo depois que ela o informou saber tanto quanto ele sobre a cidade, a conversa continuou. Seu nome era Alejandro e estava em férias, tendo chegado no hotel há dois dias.

Logo estavam rindo juntos, com Dani corrigindo o inglês dele enquanto ele lhe ensinava algumas palavras em espanhol. De repente, o sorriso de Alejandro desapareceu. Logo Dani entendeu porque. Atrás dela, estava Gerard parado, com uma cara péssima, olhando para os dois, como se fossem criminosos.

_ Ele é namorado seu? – perguntou Alejandro, preocupado e mostrando alguma dificuldade no seu inglês.
_ Não. È apenas um amigo – respondeu, enquanto chamava Gerard para apresentá-lo ao novo conhecido, tentando manter a maior naturalidade possível.
_ Olá, Gerard. Quero lhe apresentar Alejandro. Ele estava me fazendo companhia enquanto esperava a sua chegada.
_ È melhor irmos logo. O pessoal já está nos esperando – disse sem mostrar um só milímetro de seus dentes.
_ Muito prazer, senhor... – cumprimentou Alejandro, estendendo-lhe a mão, sem retorno.
Dani ficou chateada com a maneira como Gerard havia tratado o rapaz e fez questão de despedir-se mais efusivamente que o normal.
_ Bem, Alejandro, foi um prazer conhecê-lo – disse dando-lhe um abraço e um beijo no rosto.
_ Espero encontrá-la em breve. Quem sabe não fazermos um tour por Los Angeles juntos?
Ela riu ao ouvir a concordância errada do convite, mas respondeu:
_ Quem sabe? Até logo, Alejandro.
Sentiu a mão forte de Gerard apertar-lhe o braço e puxá-la em direção a saída.
_ Eu esperava que você fosse mais educado...
_ È, talvez eu tenha exagerado. Desculpe – disse visivelmente irritado – Não sabia que você fazia amizade tão rápido com estranhos. Será que a dificuldade é só comigo?

_ Como assim? Não entendi...
_ Deixa prá lá. È melhor nos apressarmos. Não gosto de chegar atrasado a um compromisso.
Dani perguntava-se se estava presenciando um certo comportamento ciumento em Gerry, mas preferiu pensar que era apenas uma impressão errada sua, para não ficar imaginando coisas que não existiam.
Gerry pegou o carro com o manobrista do hotel, a fez entrar e logo estavam a caminho do local do encontro. Permaneceram num silêncio tenso durante todo o percurso.
Chegaram a um belo prédio de apartamentos e, surpreendentemente, Gerard entrou na garagem e estacionou seu carro em uma das vagas.
_ Que lugar é este?
_ È onde eu moro – respondeu ele com a maior tranqüilidade.
_ E o jantar? E seus amigos? – quis saber, com a voz repentinamente tremula.
_ Devem estar chegando ou já estar lá... – vendo a cara de espanto dela, continuou – Ah! Esqueci de dizer-lhe que o jantar seria aqui. Pensou que fosse num restaurante, não?
_ È...eu pensei.
_ Desculpe não ter lhe dito. Algum problema? - perguntou com ares de sarcasmo.
_ N-não. Problema algum.
_ Então, vamos subir – disse, enquanto segurava a porta do elevador para que ela entrasse.
O apartamento dele era muito espaçoso e com uma decoração de extremo bom gosto. Havia um garçom a postos para atender os convidados. Apena um casal havia chegado. Gerry foi muito efusivo com ambos e logo a chamou para apresentá-la. Era o diretor do filme, Felix, para o qual ela faria o teste no dia seguinte. Ele estava acompanhado pela esposa e era um sujeito muito simpático. Aos poucos os amigos de Gerry foram chegando. Ao todo eram 8 pessoas para jantar.

Foram servidos alguns canapés e, cerca de uma hora depois, o jantar foi servido. O clima era de descontração e os assuntos, os mais variados. Todos fariam parte da equipe de filmagem. Daniela praticamente já se sentia como fazendo parte também. Após terminado o jantar, ainda ficaram conversando um bom tempo. Quando a meia-noite aproximou-se, começaram as despedidas.
_ A gente se fala amanhã, Daniela. Sem nervosismos, está bem? Tudo vai dar certo, tenho certeza. Confio no olho do Gerry como caça-talentos.
Quando o último conviva saiu, Daniela dirigiu-se a Gerry para despedir-se.
_ Bem, acho que vou indo também. Já está tarde e tenho que acordar cedo. O teste é pela manhã?
_ È, mas ficou marcado para o final da manhã. Não precisa ter pressa. Vamos conversar mais um pouco.
_ Acho melhor eu ir. È só chamar um táxi
_ Eu a levo até o seu hotel... depois. Venha, vamos sentar – ele insistiu.
Percebendo que aquilo era quase uma ordem, Daniela acomodou-se novamente na confortável poltrona onde estava sentada antes. Gerry sentou-se a sua frente, relaxadamente, com as pernas abertas, no sofá de três lugares e fixou seu olhar sobre ela , como se a analisasse.
_ O que você quer conversar? – perguntou Dani, já encabulada pelo silêncio e pelo olhar escaneador de seu interlocutor.
_ Porque você continua me tratando como se eu fosse um estranho?
_ Como assim? Não entendo o que você quer dizer com isso – respondeu Daniela, já sentindo-se corar.
_ Vejo você tratando a todos com sorrisos, beijinhos e abraços...Até um desconhecido, que você diz ter conhecido na porta do hotel, você trata melhor que a mim.
_ De onde você tirou esta idéia? – perguntou ela, espantada com a queixa magoada dele. Não conseguia acreditar no que estava ouvindo.
Foi então que ele levantou-se, como um grande gato, aproximou-se dela e ficou de joelhos à sua frente, pegando em suas mãos e encarando-a com os dois grande olhos verdes tristonhos. Daniela pensou que seu coração fosse parar ao vê-lo daquele jeito, mendigando a sua atenção.
_ Desde que te vi pela segunda vez, naquele palco do Actor’s Studio, não consegui mais parar de pensar em você. A todo o instante fico pensando no seu jeito, no seu olhar, ouvindo a sua voz. Mas cada vez que tento me aproximar, sinto que você põe uma barreira entre nós. Eu fiz alguma coisa para você me odiar tanto?
_ Odiar? Gerard! Eu jamais poderia odiá-lo... Eu ...gosto de você... – falou hesitante, com medo que uma declaração mais apaixonada lhe aflorasse aos lábios.
_ Gosta? Gosta como? – ele continuava muito próximo a ela e com os olhos cravados nos dela.
_ Gosto, ora. Você tem sido gentil comigo, me convidou para este teste, parece ter visto algum talento em mim... Não tenho motivo algum para ...odiá-lo. Não sei onde você viu este tipo de sentimento em mim.
Ele aproximou-se ainda mais, obrigando-a a ir para trás, até quase tocar no encosto da poltrona. Daniela sentia como se fosse entrar em erupção a qualquer instante. O desejo por ele era crescente e parecia que o mesmo acontecia com ele, pela expressão e seu rosto.
_ Gosta só como conhecido, amigo ou... algo mais?
_ E-eu não sei o que você quer dizer...- engoliu em seco e tentou levantar-se – È melhor eu ir embora. Já está ficando tarde e tem o teste amanhã
Ele a impedia de sair de onde estava e parecia estar saboreando satisfeito cada expressão e cada palavra oferecidas por Daniela. Um beijo parecia iminente.
_ Não quero que você vá embora – disse, levando sua mão direita até o rosto de Daniela e acarinhando-a com suavidade, fazendo com que um arrepio gostoso percorresse o corpo dela.
_ Gerard, o que você está fazendo? – disse num sussurro, quase de olhos fechados, adorando o toque daquela mão grande e quente, que quase conseguia envolver todo o seu rosto.
Ele, percebendo que estava conseguindo quebrar as barreiras, aproximou-se, lentamente, tocando seus lábios de leve nos dela. Este toque arrancou um gemido suspiroso de Daniela. Os braços de Gerry envolveram-na, puxando-a contra seu peito arfante. Logo, beijou-a com mais intensidade, vencendo totalmente sua resistência. Daniela acabou por colocar as mãos envolvendo a cabeça dele, puxando-o ainda mais contra si, desafogando todo o desejo, controlado até então. Ambos pareciam ter urgência em penetrar na intimidade um do outro. Era como se quisessem fundir-se num só. Esquecidos de tudo, só agiam por impulso, tentando eliminar tudo que pudesse interferir com o toque pele a pele.
Livres de suas roupas, entregaram-se ao prazer maior, deixando suas mãos percorrerem livremente os caminhos de seus corpos desnudos e famintos. Fizeram amor no meio da sala, sem ligar para qualquer desconforto. Quando finalmente chegaram ao êxtase, permaneceram abraçados , caídos exaustos e satisfeitos. Mentes vazias, corpos cansados e sorriso nos lábios, permaneceram assim por vários minutos, antes que alguém resolvesse falar novamente.
Daniela abriu os olhos e viu o rosto sereno de Gerry, dormindo tranqüilo como uma criança. Teve vontade de beijá-lo, mas precisava sair dali e voltar para o seu hotel. Precisava tomar um banho e arrumar-se para o teste no final da manhã. Com cuidado, tentou levantar-se. Já estava quase conseguindo, quando foi puxada para baixo por dois braços fortes.
_ Onde a senhorita pensa que vai?
_ Eu não queria te acordar. Preciso voltar para o hotel. Lembra do teste?
_ Claro que lembro. Eu vou participar dele também.
_ Como assim, vai participar também?
_ Ora, com quem você pensa que vai contracenar?
_ Mas, no teste?
_ Sim...Por isso já comecei os ensaios agora à noite... – disse , olhando-a divertido.
Por um momento, Daniela sentiu medo daquele comentário, mas ele logo puxou-a mais contra si e a beijou.
_ O que houve? – perguntou a ela quando sentiu que seu beijo não era correspondido – Não gostou de saber que vai atuar comigo?
_ Não é isto...Foi este seu comentário. Você já tinha planejado tudo isto, não? A atriz iniciante que vai prá cama com o produtor e consegue o papel que tanto sonha. È fácil para você conseguir as mulheres que deseja tendo este poder de persuasão...
Ela viu a expressão alegre de antes se alterar para muito séria no rosto de Gerry.
_ Não. Eu não planejei nada disto. Nunca pensei que você ou qualquer outra pessoa pudesse pensar isto de mim – Ele estava realmente surpreso e aborrecido com o que Daniela dissera – Sinto muito se fiz você imaginar que queria me aproveitar de você.
O modo como ele estava reagindo fez Daniela arrepender-se imediatamente do que acabara de dizer.
_ Gerry...Eu...
_ Melhor você se ajeitar. Eu a levo até o hotel. Não precisa preocupar-se com o teste. Ele vai sair de qualquer maneira – disse friamente, sem olhá-la nos olhos, já se levantando do chão onde estavam.
_ Gerard! Me desculpe. Eu não queria dizer isto...
_ Então, não devia ter dito – falou, enquanto vestia sua camisa e caminhava em direção à área íntima do apartamento.

Daniela queria morrer, mas não falou nada. Ela conseguira estragar tudo. Nunca mais ele ia querer vê-la. Levantou-se e foi juntar suas roupas que estavam espalhadas sobre o tapete da sala. Tentava segurar as lágrimas, mas não conseguiu. Vestiu-se e sentou-se no sofá. Quanto mais pensava no que acontecera, maior o seu desespero. Como pudera dizer aquilo ao homem que amava e com quem finalmente tinha tido uma inesquecível noite de amor?
Amanhã eu volto com mais agitos... Beijos!
3 comentários:
Snif snif....!Quase chorei dessa vez !!Tá ficando tão lindo e tão romantico...arf!!!!temos mesmo de pensar na hipótese do livro!!!!
Oi, Rute! Muito obrigada pelo teu comentário. ´Tenho pensado muito neste assunto de livro e estou procurando uma editora que faça um preço mais interessante para editar um. Já tenho uma em vista , mas ainda falta o principal...$$...rsrsrs
De qualquer forma, te agradeço muito pelo estímulo e pelo teu carinho, querida. Beijos!
Hummm... Gerry com ciúmes... que lindinho... e essa foto que vc adicionou é pra nos deixar ainda mais sem fôlego, né, amiga... Menina, barbadinho assim não aguento, socorro!!!!!!!!!
E depois ainda fica sentado na frente de pernas abertas!!!!!!! Rô, vc está sendo muito malvada conosco, que estamos a tanta distância do nosso amado e só podemos ficar aqui lendo e fantasiando... mas é tão bom sonhar!
Coitada da Daniela! Mas ela falou sem pensar, isso acontece, infelizmente. Estava, ao mesmo tempo, nervosa, esfuziante, com medo, havia muitas emoções percorrendo todo o seu ser, daí acabam acontecendo coisas assim... Mas o Gerry poderia ter sido um pouquinho mais flexível, deveria entender que é difícil para ela entender tudo isso que aconteceu tão repentinamente. Mas homem tem mesmo essa mania de ser cabeça dura...
Vou correndo pro próximo capítulo, senão vou chorar...
Beijinhos
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