28 de fev. de 2009

Encontro Noturno

Capítulo 4


_ Ah! Assim está muito melhor. Está linda...para a nossa reunião de negócios. Quando me perguntarem sobre quem era a bela dama ao meu lado esta noite, poderei dizer que era a minha assessora de publicidade. Aposto que sua clientela vai aumentar rapidamente.
_ Imagino o tipo de cliente que você vai me arranjar – disse Sophia, com um belo sorriso nos lábios, sentindo-se lisonjeada e feliz com a troca de vestuário. Ele afinal tinha razão. Uma publicitária como ela devia saber que a aparência também é importante também nos negócios, apesar de imaginar que não era este o intuito de Stefan.

Conduzida cortesmente por ele até o carro estacionado diante de seu edifício, partiram para o requintado restaurante paulista. Ela já havia estado lá com Paulo, uma vez, no dia em que ele sugeriu que fossem morar juntos. Depois de serem acomodados pelo maitre e retirados seus pedidos de jantar, Sophia fez questão de iniciar a demonstração do que conseguira nos três últimos dias para a projeção da Galeria Paole. Sob o olhar atento de Stefan, ela começou a explanar suas idéias promotoras do centro de arte. O entusiasmo dela parecia tomar conta dele também.
_ Claro que tudo isto terá um custo. Um alto custo. O uso de horários nobres na TV são caríssimos.
_ Isto não é problema. Apenas faça o seu orçamento e me apresente. Apreciei muito o seu entusiasmo com respeito ao meu local de trabalho. Não tinha noção do potencial para o sucesso que uma pequena galeria de arte poderia ter. Não me enganei a seu respeito, Sophia.
_ Muito obrigada. Espero que consigamos atingir todos estes objetivos iniciais. Eu acredito que sim. São Paulo é um grande centro cultural no Brasil e na América Latina. Temos muito espaço para novidades neste meio. Não quero que se decepcione comigo, isto é, com meu trabalho – sentiu o rubor subir a sua face.
Ele sorriu, buscando tocar a mão de Sophia que descansava sobre a mesa, ao lado de seu prato.
_ Tenho certeza de que você não me decepcionará...nunca.
Ao sentir aquele toque, Sophia retirou a mão rapidamente, como se ferro em brasa a tivesse tocado.
Ele se manteve em silêncio, que foi quebrado pela chegada do garçom trazendo uma garrafa de champagne, para surpresa de Sophia que não ouvira Stefan fazendo este pedido. Será que ficara tão entusiasmada com sua explanação que não viu seu acompanhante falando com o mâitre?
Diante da expressão dela, Stefan adiantou-se:
_ Para comemorarmos nosso feliz encontro profissional e brindarmos um futuro próspero...
Elevou sua taça em direção à Sophia, que imitou seu movimento e, tocando suas taças de leve, fazendo-se ouvir o suave tilintar do cristal, falou, olhando-a com carinho indisfarçável:
_ Cheers...
_ Cheers – respondeu ela, sem poder fugir daquele olhar magnetizante.
Ao baixar das taças, Stephan perguntou, mantendo seu olhar fixo sobre ela:
_ Conte-me um pouco sobre você...O que a levou a ser publicitária? Sua família?...
_ Acho que você deve ter uma vida mais interessante que a minha. Não creio que as minhas histórias mereçam atenção.
_ Tudo que se relacione a você me interessa muito...
Ao ver a expressão de contrariedade de Sophia, ele remendou sua frase:
_... Afinal quero conhecer melhor a minha promotora. Gosto de conhecer bem as pessoas com quem trabalho.
_ Eu posso lhe mandar o meu currículo por e-mail, se desejar - contestou Sophia, zombeteiramente.
_ Prefiro o conhecimento olho-a-olho. Não gosto destas modernidades como a Internet. Não uso computadores.
_ Talvez tenha que repensar sobre isto. É um excelente meio de comunicação. Bem, o que posso lhe dizer é que terminei meu curso de Publicidade há cerca de oito anos atrás. Trabalhei em várias agências conhecidas, como a do Olivetto, por exemplo, e depois de batalhar muito, resolvi me associar com uma grande amiga, também publicitária, e fundar nossa própria agência. Isto aconteceu há três anos e, em razão de árduo trabalho e dedicação quase exclusiva, conseguimos ter o relativo sucesso que temos hoje. Mas ainda falta trilhar um longo caminho para alcançar os melhores do ramo.
_ Você é muito ambiciosa. Não acha que o lado emocional também é importante?
_ Você parece minha sócia falando – respondeu sorrindo – Aprendi a perseguir os meus objetivos com garras e dentes. Aprende-se isso já na faculdade. Depois somos jogados neste mercado selvagem que é São Paulo e, então, ou lutamos ou somos apenas mais um na pobre multidão, mendigando por um espaço.
_ Você é muito jovem para ser tão amarga. Não acha?
_ Acho que você se dará muito bem com minha sócia, a Carol. Vocês tem o mesmo discurso em relação a mim.
_ E o seu noivo, também pensa assim?
_ Nós somos parecidos nesta maneira de pensar. Ele também está atrás de seus objetivos profissionais, que não são humildes.
_ Imaginei...
_ Por que?
_ Para deixá-la sozinha num fim de semana , deve ter um bom motivo ...profissional. Tem certeza que ele está trabalhando?
_ Como assim? Claro que está! – de repente ela se deu conta que estava começando a se abrir demais para aquele desconhecido e ele, por sua vez, começando a intrometer-se onde não devia.
_ Desculpe-me. Não quis ser intrometido. Mas se eu fosse o seu noivo, não a deixaria só desta maneira.
_ Acho melhor encerrar o nosso encontro agora. Já que você aceitou minhas idéias, preciso começar a pô-las em prática. Posso mandar um contrato na segunda-feira para que você assine. Caso discorde de algum ponto, é só entrar em contato conosco. Creio que tem o meu cartão com nossos telefones, não?
_ Acalme-se. Você não pretende trabalhar ainda esta noite. Pretende? Eu estava planejando levá-la para dançar um pouco.
_ O quê? Dançar? – ela estava surpresa com a nova proposta de Stefan – Não acho que isto seja adequado.
O olhar dele era por demais perturbador. Repentinamente, sentiu uma vontade enorme de estar entre seus braços e dançar com seu corpo colado ao dele. Lutava contra este desejo absurdo, quando ele se fez ouvir:
_ Sophia, do que você tem medo? Vamos sair apenas como amigos. Nada demais. Faz muito tempo que não tenho uma companhia feminina para sair à noite. Por favor... Nós podemos ser amigos, não?
A voz calorosa e rouca dele penetrava na mente de Sophia, embriagando-a, quase a obrigando a ceder ao pedido dele.
_ Olhe, Stefan, podemos ser amigos sim. Talvez até possamos sair para dançar...Mas em outra ocasião. Não hoje – quase mudou de idéia ao ver o rosto dele entristecer, mas manteve-se firme.
_ Está bem, Sophia. Você tem razão. Vou desacelerar. Não há razão para pressa. Teremos muito tempo para nos conhecermos e sermos... amigos.
_ Obrigada, Stefan.
Ele ergueu a mão, chamando a atenção do garçom e pedindo a conta. Aparentemente havia aceito bem a negativa de Sophia ao seu convite.
Deixaram o restaurante e, em poucos minutos, ela estava diante de seu prédio. Ele fez questão de descer do carro para abrir a porta.
_ Pode mandar o contrato para que eu o assine na segunda feira. Vou ficar esperando. Por favor, me mantenha informado sobre os seus progressos na campanha.
_ É claro...Boa noite, Stefan.
Antes que ela pudesse virar-se na direção da entrada do edifício, ele segurou sua mão e, delicadamente, pousou os lábios em seu dorso, beijando-a suavemente, provocando um tremor de prazer em Sophia.
_ Boa noite – respondeu, olhando-a intimamente.
Ele esperou que ela ficasse segura, atrás dos portões de ferro de seu edifício, para dar partida no carro e desaparecer na penumbra das ruas.
Ao entrar em seu apartamento, olhou para a secretária eletrônica, na esperança de que houvesse algum recado de Paulo, que pudesse ocupar seus pensamentos com outra coisa que não fosse a imagem e a voz de Stefan. Foi até a cozinha, tomou um copo de água e resolveu ir para a cama. A noite estava abafada, quente. Vestiu uma camisola fina de algodão e deitou-se, esperando que o sono a ajudasse a esfriar a cabeça e...o desejo. Pensou em ligar para Paulo. Talvez se ouvisse a sua voz... Mas desistiu, com medo de incomodá-lo. Talvez já estivesse dormindo. Ligaria na manhã seguinte. Rolou entre os lençóis durante muito tempo. Quando estava quase pegando no sono, sentiu o mesmo perfume estranho, excitante e másculo, já seu conhecido. Teve medo de abrir os olhos. Sentiu a aproximação de alguém e sentiu-se paralisada. Não conseguia mexer um músculo. Foi ouvir seu nome, sussurrado por uma voz conhecida, que a fez estremecer. Conseguiu abrir os olhos e deparou-se com o vulto de Stefan...Dentro do seu quarto? Como era possível? Como ele entrara lá? Ele estava ao lado da cama, estendendo sua mão para ela, com um sedutor sorriso. Sophia buscou por sua voz, mas as palavras não saíam. Sua garganta petrificara. O chamado de Stefan era irresistível.
_ Sophia, venha...Vamos dançar. Está uma noite perfeita para isso.
Com facilidade inesperada, ela conseguiu erguer-se do leito e elevou a mão direita na direção da mão que a chamava. Sentiu uma incandescência percorrer todo seu corpo ao sentir o toque de Stefan. Ele a ajudou a levantar-se e aproximou-se um pouco mais. Ela podia sentir o hálito quente e ofegante daquele homem. Podia sentir o desejo fluindo entre eles. Sentiu sua cintura cingida pela mão ampla e forte, puxando-a na direção do elegante vulto. Então uma sensual dança foi iniciada, mantendo seus corpos muito próximos, bem como os rostos quase colados. Apesar de não haver música, Sophia sentia-se quase flutuar, inebriada com aquela presença. Não pensava em mais nada. Apenas deixava-se levar pelo clima de sedução que pairava no ar. Logo, as mãos de Stefan deslizavam da cintura para as costas e nádegas dela. Ondas de arrepios cruzavam o íntimo de Sophia. Seu corpo preparava-se para receber aquele estranho, ansiosamente. De olhos fechados, ofereceu-lhe os lábios, sedentos por um beijo longo e apaixonado. Pode sentir o leve toque dos lábios de Stefan, seguido por sua voz a segredar:
_ Não tenha pressa...Você será minha, mas ainda devemos esperar...
De repente, sua presença esvaneceu-se e apenas uma aragem de verão acariciou-a.
Abriu os olhos e constatou que estava sozinha, caída entre os travesseiros da cama. Mais um sonho... O que estava acontecendo? O dia já estava amanhecendo. Sophia deitou-se novamente, ainda sob o efeito das emoções de seu sonho.

5 comentários:

Unknown disse...

Puxa Ro quanta malvadeza kkkkkk.. ai to até passando mal aqui, jesuis amado pq que é que eu não tenho um sonho assim pelo menos??? so de pensar ja fico molinha molinha ploft kkkkk..
assim não vai me sobrar unha pra contar historia... bjs

Pati disse...

Aiiii!
Eu não tenho uns sonhos assim!
Porque será?
Buáááá!
Eu quero seonhar com o Stefan.....

Ligia Bento disse...

Caraca! Já tive um sonho desse top, e o que eu arrumei foi um inquérito daqueles com o meu gerrynérico! Até esplicar que nariz de porco não é tomada... kkkkkkkkkkk...
Mata a tia, Rô! Mata!

Lucy disse...

Fala sério, amiga, essa história de 'profissionalismo' já foi pras cucuias há muito tempo... A coisa está pegando fogo há horas!!! Até entendo a Sophia, tb sou assim meio atrapalhada, tímida, mas que na imaginação o encontro já foi mais adiante, ah... isso com certeza!
Meu santinho, ainda abre a porta do carro, beija a mão!!!
Menina, eu tb me levantaria com uma facilidade que vc nem imagina para ir dançar com ele!!! Gente, é bem a dança do Gerry... que de dança não tem nada... é uma delícia de carícias e esfregações... (hihihi).
Puxa, bem que eu queria, ao menos, ter um "sonho" desses...
Beijinhos

Anônimo disse...

Ai ai ai caracoles quero mais, que prodígio escreve mais contos pois isto até dá inspiração para noites maravilhosas. BEIJOS RUTE